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Nome: Dementia

Idade: Uma alma velha para o Sol

Aprecio: Musica Literatura Escrita Lua Mar Excentricidade Senilidade Embriaguez

Dispenso: Emaranhados de Pessoas Sufocantes Cinismo Hipocrisia e Afins Estereotipos Tudo o que seja propositado para me enervar

Sou:Louca Histérica Calma Paciente Paradoxo de mim mesma nos enleios caóticos de mim Teimosa Destrutiva Sonhadora Alucinada Desagregada do presente

Devaneios



moon phases


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Nau clandestina


autor desconhecido


As mesmas ondas que levam os sonhos
Destroçam-nos de encontro à margem
São as noivas infiéis da esperança alheia
São o sorriso indiferente do passageiro da viagem
Contam-se solitárias, no seu ritmo melancólico
Sonham-se calmas sem noções de destino
Completam-se e desagregam tudo o que as une
Histórias de outros tempos envolvem-se companheiras
Enlaçam-se na névoa do esquecimento
É tristeza o que as recorda
É magia o que as renova
E é de fogo a sua luz e o seu lume
Sempre estiveram escondidas no mais leve sorriso
Sem sons, sem aviso, sempre presentes
Sempre ausentes, no mesmo espaço, no mesmo navio,
Na mesma nau que rasga as ondas da mente
Circulam livres, intimidadas pela memória decadente
Lembro-me, sonho, e volto a esquecer
É assim a mecânica do nosso ser
Somos partículas de histórias que se repetem
Somos a cal das paredes desnudas da nossa cabeça
Sentimentos que só ocorrem na calma da noite
Como espessas lágrimas que lavam a cara
Finjo que me lembro, finjo que aceito,
Finjo que vivi esses contos que fomento a preceito
Sou só lágrima em fogo caída
Sou só névoa na manhã adormecida
E recordo com saudade o que não soube viver
E recordo com tristeza o que me fez sofrer
E digo que caminho, quando vivo prostrada no chão
E digo que navego, quando as ondas me afogam
E digo que sou livre, quando a mente me aprisiona
E digo que respiro, quando o próprio ar me sufoca
Rio e danço e falo e grito
Lanço-me nas ondas e finjo outra vez
Giro e corro e abraço o vazio
Aqueço-me no luar para esquecer o frio
E sim é vida... tudo é vida!
Mas será viver, isto que faço?
Digo que sim, mas o que interessa o que eu digo?
Ninguém ouve, porque tal nunca fez sentido
Sou a passageira clandestina na nau do inferno
Escolhi este destino por ser o mais enfermo
Porque é o que eu sou, alma em declínio
Nas ondas viúvas de outros eus como eu
Noutras histórias como a minha
Noutras dores sem alivio.