Vozes
O partilhar das horas, o estender do tempo
O vaguear dos sonhos, o correr do pensamento
Divagam como o fumo de um cigarro
Desprendem-se como o sentir do fracasso
Num breve som, num breve momento
No efémero existir deste pensamento
Uma corrente de ar , gela a espinha
Um grito no ar, o eco que se avizinha
São tiras de papel, que rasgo sem querer
São a falta de alegria que se prolonga no meu ser
As vozes irritantes, os Esses carregados
Um zumbido frenético para mim
São o término da minha paciência
Do meu sossego acabado
Afasto-me, mas o eco persiste
Qual mundo que insiste em me perseguir
Fujo para longe, onde ja não me vejam
Fujo para onde as suas palavras já não me aleijem
Os seus gritos são surdos , e os meus ouvidos...
Colapsos de ruídos, já nao ouvem senão o silencio
Silencio, que se arrasta em mim
Sempre do mesmo modo
Contínuamente assim...