Tempo Fugaz
Autor Desconhecido
Os dias, horas fugitivas,
Correm velozes por entre
Sombras e penumbras
Que alcançam os meus sonhos
De calma perene.
Ouvi-lhes dizer que a vida é bela
Ouvi-os em seguida chorar a morte
De quem há muito já se fora,
Pelo menos, da nossa deturpada realidade.
Mas o que choravam afinal ?
As saudades? Um amor por viver?
Uma vida... choravam-lhe a vida
Fito-os passiva,
Não sei o que dizer, nunca soube
Sinto curiosidade no máximo
Uma ponta de melancolia...
Afinal, partilhámos uma vida boa
Cheia de sorrisos
Mas parece que só os meus eram autênticos
Afinal, só agor compreendo
Os teus motivos reais
Verdadeiras lâminas cravadas na tua alma
Pergunto-me se ainda as sentes...
Onde quer que estejas, espero que não!
Se eu acreditasse, pediria a "alguém"
Para te colocar no teu local favorito
Bem lá no alto, serias uma estrela
E aí, mais ninguém te magoava, Ninguém!
Por vezes, em sonhos, ainda ouço a tua voz,
Rasga o silêncio atroz...
Torna-se numa melodia distante
E a paz que me leva é única
Incrivelmente possante
Julgo que nunca terei lágrimas...
Não te quero chorar como os outros
Antes prefiro celebrar-te,
A tudo aquilo que foste para mim
Recordá-lo-ei:
Sempre que as estrelas brilhrem no céu
Sempre que o Sol queimar a minha pele
Sempre que o mundo e a vida me fizerem feliz...
Aí sim, lembrar-me-ei de ti! ...
Um poema já velhinho, dedicado a um amigo meu que faleceu ha uns anos largos a esta parte. Faleceu primeiro, digamos, na alma, depois acabou por terminar com o corpo cárneo. Ainda hoje detesto e odeio pessoas que teimam em "querer" por força acharem-se deprimidas. Talvez se tivessem problemas reais e tivessem de lidar com eles, eram capazes de o fazer com forças abismais, de que o ser humano possui reservas quase inesgotáveis. Por isso, quem sofre realmente de depressão, sabe bem o Inferno que é não conseguir somente controlar as suas emoções, bem como nem ter forças para lutar pela sua própria vida.
Um beijo João... Onde quer que estejas ... as we used to say : " sometimes is seen a strange spot in the sky, a human being that was given to fly" (Pearl Jam). Well you've left me flying alone, but who knows someday we'll meet in the stars...