Palavras
Autor Desconhecido
O sentido das palavras é tão complexo
São ruídos , signos, sinais, não são verdade
Palavras que se deturpam na insuficiência
Realçam a efemeridade dos estados da consciência
São os sentimentos traídos pelo som
Desempenho inapto, tentativas frustradas
São velhas, gastas, usadas, todas as palavras
Fogem do pensamento, bailam-nos nos lábios
São ruídos fingidos, canções sem tom
Aproximam do caos um finito retórico
No silêncio do espírito, criam a dormência do ser
Palavras, acercam mundos, colapsam emoções
E o sibilar incessante... é irreal, platónico
Um crescente de fragilidade, traçadas as ilusões
Debitam significados na futilidade dos sentidos
Rasgam-se em teorias para os seus estranhos motivos
Drástico distúrbio para o já de si conturbado ser
Palavras doces para as almas amargas
Carícias ilusórias pelo suave vento levadas
E as páginas da vida, intensamente percorridas
Apagam de si os murmúrios de dor,
Rasgam-se os capítulos de aspereza,
Desvanecem com a chuva as reticências de amargura
E com as palavras certas se pode metamorfosear
Todo um estado de espírito, tudo aquilo que por dentro
Apaga o sol , e torna o horizonte baço e descontente
Renascendo das cinzas as asas para a mente fantasiar
Mais palavras para a tristeza conseguir tornear