Banco De Jardim
Autor Desconhecido
Sob o soalheiro dia
Caminham rostos ausentes
De vidas lançadas
Num sem fim de horas passadas
Risos perdidos ao longe
São de quem os ouvir
Espalham-se na vastidão do espaço
Criado para os sentir
Risos juvenis, trespassam, sem demora
Os ouvidos velhos das almas cansadas
Pessoas que lânguidamente aqui arrastam
O resto das horas do resto dos seus dias
O sol aquece, mas cedo se quer esconder
A sombra faz anoitecer
A tarde que no jardim vim tecer
Lânguida também eu me sento e gasto
Um pedaço do meu tempo, ainda vasto
Neste banco de jardim
Demoro o olhar e respiro a passo
Também por mim passam os risos
Também a mim o fraco sol aquece
Também o meu dia partilhado esmorece
Com a sombra crescente da noite.