Hoje acordei com a alma dormente
Num espasmo de dor encerro a vergonha
Os outros, que sabem eles do que dói ou magoa
Arrastam-se, consolando-se numa fachada
Como personagens de uma peça mal encenada
Concentro-me naquilo que sou
Pondo de parte conceitos alheios
Concebo uma forma de estar
Nunca fiel a mim, apesar dos meus anseios
Nunca sou como me pintam
Nunca sou como os outros me desejam
Nunca sou o que quer que seja
Sou sempre o oposto de mim
O oposto da vida que em mim bafeja
As escolhas? Escolho viver
Bem ou mal é o que ainda me impele a escrever
Porque respiro, existo e sou
Controversa ou não, aqui me dito
AQUI ESTOU!