Na hora do sono
Acresce ao silencio um murmúrio de som
Debita-me na alma um punhado de dor
Arrasta-se na mente a pesada consciencia
Acorda dormente a memória adormecida
Nada fica, nada soa, nada muda
Movem-se as sombras dos companheiros ilusórios
O medo aproxima-se e sorri confiante
A solidão abraça e é de gelo o seu toque
A tristeza avança e derruba os espelhos de dor
Cacos agora cravados na minha pele
São apenas quem me acompanha
São o ombro em que choro
São tudo o que resta
Nada mais, nada tenho, nada sou
E persigo ainda na minha mente
Os riscos calcados das veias da vida
Essas que antes latejavam com força
Que albergavam uma pujança destemida
Agora moles e caídas, veias de vazio
Veias de nada cheias, de vazio tingidas