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Nome: Dementia

Idade: Uma alma velha para o Sol

Aprecio: Musica Literatura Escrita Lua Mar Excentricidade Senilidade Embriaguez

Dispenso: Emaranhados de Pessoas Sufocantes Cinismo Hipocrisia e Afins Estereotipos Tudo o que seja propositado para me enervar

Sou:Louca Histérica Calma Paciente Paradoxo de mim mesma nos enleios caóticos de mim Teimosa Destrutiva Sonhadora Alucinada Desagregada do presente

Devaneios

Rememorando

As horas debitam-se umas às outras
Enquanto eu vou movendo os pedaços de mim
Sempre me surpreendeu a sinestesia
Aquilo que fere na carne é sentido na mente
É afiada a lâmina reluzente que trespassa é tenra carne
É vivo o elixir rubro que escorre pelos dedos e tinge a roupa
É errado diz-se, senil até...
Mas é a única coisa que coisa que me prova : ESTÁS VIVA
E estou.
Mesmo vendo-me esvair no suco de existência que possuo
Quero algo que colmate a ferida sempre infectada que trago no espírito
E mesmo provando que estou viva,
Continuo a jorrar de mágoa constante e comatosa apatia.

Algo concebido no distante ano de 2000

Mudanças

Hoje empacotei 20 anos de vida
Encaixotei os sorrisos , as gargalhadas
As angústias e os medos.
Selei em pacotes largos todas as memórias
Desmontei peça a peça os sonhos e as histórias.
Faz-se memória o tempo de outrora
Cronometra-se passado e deslinda-se futuro
Tudo em grandes caixas de cartão usado
Tudo guardado e inadulterado.
Depois vieram as lágrimas
Nó na garganta que teimou em não ser arremessado
Numa carrinha velha com o resto das lembranças
E não olhei para trás.
Não quero rever o caminho , outrora cheio e preenchido...
Agora vazio e sem marcas de mim.
Eu que lá me escrevi, lá me fiz e me vivi
Recuso a ver as paredes desnudas .
Recuso tornar-me fantasma do que noutros tempos fora vida.


I am a railroad track abandoned with the sunset forgetting that I ever hapened. _ Jeff Buckley

For my drunken love , the one I hold so dearly

Tenho os passos contados e guardados em mim
Alcanço num àpice o infinito de ti
Controlo os risos de outras histórias
Contenho a bebedeira de existir
Impregnada do que sinto por ti
És o tudo e o nada de um complexo cego de extensões de mim
O apêndice a mim colado de sentimentos e emoções que conheço bem
Constatas o que digo, falo ou grito
Agarras com mão firme o que transborda deste poço fundo e conturbado
És o todo real do que congemino na minha ilusão
Tornas-te massa cárnea e ganhas em mim tudo o que criei em utopias sem fim
És tu. Simples e complexo.
És tu. Sem introduções e tantas vezes sem nexo
Mas compreendo-te e aceito-te.
Já não és rapaz,como tantos outros.
És o crescer infinito da condição humana.
Em ti me sinto, me escrevo e te dedico.

Para o meu anjo :)
by Dementia , to swirl the curls of unleashed dreams

Letargia

Acordo na dormência de uma embriaguez de preguiça.
Não dos músculos, nem do labor .

Preguiça de ser, respirar, continuar nesta luta constante.
Esta permanência de existir.
Espreguiço-me na letargia constante da rotina laboral.
Nos entusiasmos de outros pedagogos que tal.
São meros acrescentos debitados de significados do nosso conhecimento geral.
É bom de falar, são interessantes de ouvir, mas nada mais.
Continuo presa nos meus enleados sentidos,

Continuo garça de asas cortadas num cativeiro mestiço.
E sou alma sem rumo em trilho castiço,
Nunca antes percorrido,nunca antes desbravado.
No qual os passos acertados de outros como eu foram rasurados e apagados de sentido.
Por isso é-me fácil perder, nesta dormência de preguiça.
Neste eu que sou misturada com os outros.