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Nome: Dementia

Idade: Uma alma velha para o Sol

Aprecio: Musica Literatura Escrita Lua Mar Excentricidade Senilidade Embriaguez

Dispenso: Emaranhados de Pessoas Sufocantes Cinismo Hipocrisia e Afins Estereotipos Tudo o que seja propositado para me enervar

Sou:Louca Histérica Calma Paciente Paradoxo de mim mesma nos enleios caóticos de mim Teimosa Destrutiva Sonhadora Alucinada Desagregada do presente

Devaneios

Chove lá fora.

Intensamente.
Eu continuo neste impasse descontrolado à espera de algo que ainda não sei bem o que é.
Temo que a vida esteja a perder as rédeas mais uma vez ... Falta de controlo. Desespero. Fadiga. Tudo está de pantanas. Acordo diàriamente para uma realidade que sei bem não merecer, e sinto o tempo a escoar pelas minhas mãos como que apressados grãos de areia.
Chove lá fora.
Um temporal de àgua. Sinto um distanciamento cada vez mais abismal à medida que o tempo passa. Sei bem que não consigo manter um raciocínio lógico. Mas neste caso, alguém conseguiria?As pessoas mudam a velocidades estonteantes. Tenho náuseas das suas acções, palavras , gestos. O mundo gira tão depressa. Eu só quero mais tempo, para voltar a montar a minha vida, uma vez que esta me fugiu às rédeas. Mas ninguém deixa. Ninguém me deixa voltar a subir no dorso da minha vontade, dos meus sonhos, dos meus empreendimentos. E tão distantes que eles estão.
A chuva continua o seu pranto leitoso pela noite .
Eu continuo à espera de um sinal que me ilumine o espírito. Tu continuas deitado a meu lado. E o meu espírito divaga sob o som da chuva. Continuo a procurar respostas para perguntas que nem sei se deva fazer. Continuo cegamente à procura de uma saída para o meu infindar de questões. Ninguém me auxilia. Tão pouco compreendem as minhas dúvidas. Ninguém sabe o que é este pedaço sujo em mim , escondido no fundo do caixote da minha consciência. Ninguém sabe, ninguém o sente como eu sinto, ninguém nunca há-de imaginar o que é, o que foi, o que continua a ser este tormento com que me deparo sempre que a memória alucina nestas linhas de pensamento.
A chuva cai ... mas não me limpa a alma .

Pensamentos Inócuos


Autor Desconhecido


As cores da noite difundem-se na profundidade do rio. Luzes distantes que um dia alguém viu, são hoje um choro magoado de um passado apagado, na memória de um velho, um velho mar. Passam os anos , décadas sobre o mesmo, talvez velho, sempre novo , talvez morto do cansaço de correr, contra o murmúrio desesperado das multidões . Das pessoas que nas margens choram desilusões. Contentamentos descontentes, alegrias amarguradas, nunca nada é certo, nunca nada é verdadeiramente importante. Tudo se acaba por desvanecer passado o histerismo do momento. Nada preenche. Tudo é vazio. Nada aquece , e esta alma perpetua no frio, tal como outras, mais que muitas. Mais do que se possa imaginar. Concepções de falsas alegrias, criações raras de tristes almas vazias... São tantas! E eu perco-me no meio delas , pela igualdade pela diferença, pela indiferença de não as querer ver como eu, de não as querer sentir. Fustigo no entanto uma muralha que se erguia à minha volta. Fustiguei-a de falsos sorrisos, efémeros risos, tristes esperanças de voltar a sonhar. Não se moveu, abriu-se no entanto uma unica brecha de luz, que pálida, castiça pe netrou nas margens soturnas do rio. O velho mendigo.


Sem ti


Foto gentilmente cedida pelo meu amigo reithz ;)


Sei bem o que não deve ser tido em conta
Sei que não possuo a àurea alma
A que procuras em mim, em vão...
Não sou anjo de Luz, nem a beleza solta
Mas morro a cada lágrima tua

Desprende-se em mim a ténue linha
Que comanda a marioneta que me tornei
E os comandos jazem no teu leito de cinza

Essa cinza , cinza da alma que eu fui
Alma queimada por lágrimas de fogo
As mesmas que não me viste chorar
As mesmas que não me ouviste soluçar


E hoje , aqui nestes versos, inversos ao teu sentir
Procuro esconder face amarga em que me tornei
Por te amar demais, por te querer demais
Por seres alma, o sonho e o dia que nasce em mim

Mas és também a dor, essa que ignoras
Essa que não vês, essa que transportas sem ser tua,
NÃO! , é minha essa dor
Mas disfarça-la de tua, para nela esconderes também

Essas lágrimas de solidão que julgas suportar
Não sozinho, não suportas, não sem mim . . .

Do mesmo modo que eu sem ti
Não sou mais que o deserto árido,
Deserto de dor, amargura e sangue...

Estranhamente Lúcida


Autor desconhecido

Quando as linhas do pensamento se intersectam com as da razão, nada é surpreendente. Mas quando a razão afoga o sonho, a vida e a esperança, tudo se torna numa desmesurada ânsia de deixar de parte aquilo que em mim teima em respirar, em sentir racionalmente cada emoção. A morte respira o mesmo ar que eu, e eu respiro cada vez menos. O ar é drenado, a vida é fastidiosamente saturada e eu... eu receava tudo o que desconhecia. Mas, o que conheço eu realmente, agora ? O que é que eu conheço para recear algo em especial ?...
Pensamentos incontornáveis, violadores de mentes sãs. Uma tentativa frustrada, uma evasão efémera. Pensamentos, contestam uma lucidez já de si esgotada com confrontos com a realidade opressiva. Anseio pela fuga.... sem escapatória possível a este tormento que eu mesma me inflijo.
Colho um novo dia , pego em tudo o que me é animador, em troca de um sorriso esforçado no meu espelho. Cerco-me de pessoas, sombras histéricas de tudo o que eu não consigo ser, não me compreendem, ou eu não as compreendo... Acaba por ser apenas mais um dia, como tantos outros. As garras da vida já não me aliciam como antigamente, caminho para um estado sereno dentro de mim. Desligo a minha ficha deste mundo ocioso. A aclamada liberdade explode em mim, os laivos de dor arranham-me a alma, ... mas .... que dor??!

Não há dor neste plano, aproximo-me involuntariamente de um precipicio tentador, a vontade de ser una com ele transpõe qualquer dor.
Contudo, um novo dia amanhece.

Dementia, Fevereiro de 1999

Out of space, out of time


Autor Desconhecido


Low light.
I'm in hiding, but there's no one here to find me. I'm drifting but my feet are still on the floor .There's noise, but my mind is so silent. There's an empty spot in my heart. It's a hole so deep I could pull my soul out. I'm out of myself tonight, out on my own. I wanted to be everywhere, anywhere. Nowhere is where I'm at, between my loneliness and my grief . Some drifting clouds roll by, I can feel the wind pushing them away. So many wonderful things happen inside me ... I can feel the blood rushing through my veins, such marvelous things fill this world, but still, my sight is filled with tears. The dreams I see, all seem so far away, the tears we dropped, dried in some lone yesterday, hugs shared are a trailer in my brain. Sweet words taste bitter in my mouth, there's an anger seed growing in my being. I have the power to rip it off, as well as the will to make it grow. I nail down my lips to keep from screaming, I empty my mind to stop from hallucinating.
The sharp blade tears a hole, soft skin is giving in. Suddenly I awake from this familiar nightmare. I can still taste my blood,... this insanity.... You're beside me, in my bed, I heard you crying before.... I fall asleep, I can barely taste the salt of your tears. It's your decision... take your time. Conceive another dream, I'll make up another rhyme, put your faith in love , and I'll always be near by .

"(...) I stand amid the roar
Of a surf-tormented shore,
And I hold within my hand
Grains of the golden sand -
How few! yet how they creep
Through my fingers to the deep,
While I weep - while I weep!
O God! Can I not grasp

Them with a tighter clasp?
O God! can I not save
One from the pitiless wave?

Is all that we see or seem
But a dream within a dream?"

in A dream within a dream by Edgar Allan Poe

Out of reach


Autor Desconhecido


I've lost my comfort in pain
I've followed the light for so long
But now it let me fall Into the dark realm of my world
I'm lost in the middle of an endless road
Feeling as weak and fragile as before
I raise now what's left from my human regret
But the raising fog won't let me see
The trapdoor built for me
My wish to hold on is now, for all I care, gone
I seem to notice all the time that I'm letting myself go
Falling apart in my hole which my hands digged not long ago
Just for me to hide inside
As all my hopes ran out of sight...
Time goes by, endless hours and days
Life seems to be drainned away
As I reach myself in a daze
Somehow I still breathe, a senseless despair of consciousness
I'm still alive, dragging my soul across the night.

Inércia


Autor Desconhecido


O frio gélido percorre a espinha
Um dia calmo, seco de vida
Áridos sentidos, dormentes, esquecidos
Rara paz, raro momento, rara vida

Juntam-se fragmentos de riso
A pedaços de dor
Junta-se um desejo, um esguicho
Dessa utópica fonte de calor

Com longos dedos o tempo desenha
Minutos de horas, uma alma semeia
Em si, no seu mundo, breve centelha
Término a este frio que receia

Olhos cegos, leitosos, mortos
Fixam um horizonte distante
Tão longe do seu alcance
Como da imagem projectada de seus corpos

Murmúrios de uma cidade
Rodeada de vida
Suspiros largados
Uma dor sentida

Acabam, morrem, jazem
Até outro amanhecer
Esperam um outro dia
Outro breve perecer
Nota de música divina
Por estes calejados dedos esquecida.

Is this a dream? Was it ever real?




Autor Desconhecido


It isn't like this has never happened before, but this time it's hurting me so. I'm so alone!
I've been here before, although now annoyed by my loneliness. I ought to be used to it, but I can't. The empty house brings me the memories of all that was shared once. I can walk through the hallway and hear your voice behind me. I can feel your touch, your breath, your stares while I'm asleep. And all this is haunting me when I'm alone, at home, eating, sleeping, living on my own, alone.
Silence has become a whisper, and it tells me pleasent words. Cold , rough ones, but still the only language that is real in here. I sit alone at night, as usual, with no one by my side. And I dream. I dream the dreams of wonders where everything is as I wished, where all is better than this, where you and I are still as one, and nothing could tear us apart in the world.
But now I'm alone.And there's an emptyness in my soul that's just unbearable to me. But still I dream, and keep on dreaming, as if tomorrow would never become like today, and the silence would not sting no more lies into my mind. And you would finally return to me, to never ever leave again. Patiently I await, alone, for you. No more than a few days you said, well for me it feels like years ahead....


Outonal


Brian Froud

Faz-se memória esse olhar cárneo,
Profundo, em luz outonal de fim de tarde.
Corpo e alma chegam pela mesma estrada despertos pela viagem.
As folhas vão caindo no jardim,
Gotas que se desprendem do círculo do tempo,
No silêncio germinal, vagueiam pelo chão. Folhas de outras folhas...
Renova-se a vida na morte intemporal.
Assim se renova o teu olhar de outros tempos feito.
Sempre a procura da perfeição nos afeiçoou os gestos,
A harmonia dos sentidos se fez de encantamento.
O teu olhar, folha que se desprende no chão do meu corpo,
Húmus se vai tornar.
Renovada promessa, outra folha nasce
Em teu olhar e no meu corpo, outro Outono se vai para ficar.