AVISO: Este script encontra-se no modo Unicode. Para que melhor possam visualizar os escritos, nomeadamente os que possuem acentuaçao peço que na barra de menu do vosso Internet Explorer seleccionem "Ver" em seguida em codificaçao alterem para Unicode(UTF-8).

Nome: Dementia

Idade: Uma alma velha para o Sol

Aprecio: Musica Literatura Escrita Lua Mar Excentricidade Senilidade Embriaguez

Dispenso: Emaranhados de Pessoas Sufocantes Cinismo Hipocrisia e Afins Estereotipos Tudo o que seja propositado para me enervar

Sou:Louca Histérica Calma Paciente Paradoxo de mim mesma nos enleios caóticos de mim Teimosa Destrutiva Sonhadora Alucinada Desagregada do presente

Devaneios

Na hora do sono



Acresce ao silencio um murmúrio de som
Debita-me na alma um punhado de dor
Arrasta-se na mente a pesada consciencia
Acorda dormente a memória adormecida
Nada fica, nada soa, nada muda

Movem-se as sombras dos companheiros ilusórios
O medo aproxima-se e sorri confiante
A solidão abraça e é de gelo o seu toque
A tristeza avança e derruba os espelhos de dor
Cacos agora cravados na minha pele

São apenas quem me acompanha
São o ombro em que choro
São tudo o que resta
Nada mais, nada tenho, nada sou

E persigo ainda na minha mente
Os riscos calcados das veias da vida
Essas que antes latejavam com força
Que albergavam uma pujança destemida
Agora moles e caídas, veias de vazio
Veias de nada cheias, de vazio tingidas

Se te tenho

tenho-te
no instante cego em que os corpos se unem
os pés movem-se
os lábios falam
despertam
beijam

tenho-te
como uma imagem desfocada
um sonho bom
um desenho
(esboço)
um presságio

tenho-te
no incerto daquilo que és
na incerteza do que somos
no complicado que criamos
no simples que podia ser

tive-te
segundos antes dos teus olhos se encobrirem
segundos antes de te afastares
segundos incertos
(sempre o incerto)

estás sempre presente
a cada sorriso,
a cada nota de música
a cada olhar meu
nesse abismo que cresce em ti

e eu
eu espero por ti
sem o saber
desespero como não devia
na ansiedade de saber
se hoje te terei
ou mais algum dia

a vida é realmente curta
e o amor morre sempre na manhã seguinte

No Fim



Acabou
Chegou o dia e a alma está impaciente
A lâmina aperta na carne quente
O sangue brilha no reflexo frio
Jorra depois contínuo, um rio

Terminou
Chegou a calma e o silencio, por fim
Abate-se a terra sobre a madeira
Acaba-se a malvadez e a zombeteira

É finda
Finda a dor que consumia e drenava
Finda a loucura que atormentava

Hoje há só memória, e lágrima
Hoje há só lamúria e mágoa
Hoje todos parámos um momento
Hoje todos te temos em pensamento

Pensámos em ti
Como é raro
Como o fizémos tão pouco
Como nunca lá estivémos
Como tão pouco te valemos

Mas hoje estamos aqui
E quem foste tu?
Não sabemos
Uns choram , outros gritam,
Uns apertam a verdade nula
Outros afagam uma fé ausente

Mas choramos por ti
Quem nunca conhecemos,
Tu que sofreste a sós
Tu que terminaste sem dó
Tu que escolheste o teu destino

Mas choramos histéricamente
Um tu que nunca realmente conhecemos.
Ou rolam as nossas espessas lágrimas
Por pena de nós mesmos?

Metamorfoses



Mudamos
A velocidades extremas que nos cortam a respiração
O que fica?

Ficam as palavras

Aquilo que cuspimos, muitas vezes sem sentido
Aquilo que dizemos com uma certeza mórbida de ser real
Mas não é. Quase nunca é real.
Pairam no ar essas palavras
Mesmo depois de ditas.
Mesmo depois de as tentarmos esquecer
Pronunciadas no passado, pairam no presente
Muitas, esperamos em vão que nos sejam repetidas no futuro
Em vão.
Acabam-se as palavras.
Acabam-se as dores.
Acabam-se as horas.

Mudamos.
"Change of heart"
Mudamos também o que sentimos
Metamorfoseamo-nos para nos sentirmos melhor
Para melhorar-mos (pensamos nós)
O erro que somos.

Na verdade.
No fim derradeiro.
Todos acabamos sufocados,
Enterrados nas máscaras que fomos usando,
Deitando fora.
Há quem volte a usar as máscaras do passado,
Muitas já não servem.
Muitas ficam presas,
Pedaços de pele entre as unhas
No esforço de arrancar essa fachada que sufoca.

Quando o meu fim chegar
Quando me deitar e o meu último suspiro vier
Quero apenas as palavras e as carícias.
Quero apenas que todas as palavras que me tenham dito
Todas as carícias que me tenham feito
Me assolem de rajada na minha memória naquele momento
Reais ou não, ao menos saberei que as tive um dia.
E acredito que essa úlima memória , essa sinestesia
Será a única coisa que me trará paz
No meu último dia.

Selfishness



Empty handed I reach the lifeless river that flows deep into you
I crawl alone the path of doom that once felt like green fields of green grass and sunshine

---

It's patethic ...
And yes. I Am selfish.
I am the one and only reason I breathe
I am the one and only thing I believe in
I am, for me.
And I lie too

Not everything is as it seems
Not every sunbeam can wonder forever in the dark
And this sunbeam has wondered for too long
I've gone blind from the long walk

No angels wonder this earth
That is a myth
And fools are the ones who believe in it
I am lucid
Or simply Insane
Dementia is my middle name

No more fools are those who believe only in what their eyes see
Than those who believe in everything that lies beneath those shade coloured truths

Insane, aren't we all?

I once said I believe and I exist only for myself
That I am selfish
That I don't dream at all

There are somethings about me you'll never know
There are feelings I have that no one will ever feel
There is more to this self indulgent life than meets the eye

I am for everyone who'll have me for what I am
I'll dream on, neverminding all the rules of wisdom and common sense
I'll love like I never loved before
I already do, in my own tripped way

I already love too much
In a way that my heart nearly stops when you leave
I love the way you love me back
And most of all I love to know I make you feel loved.
Selfish these feelings, aren't they?

I once said I was self-minded teenage bitch
Well, I'm a liar too.

Kafka



Esta e a minha pequerrucha. Depois da morte do Nicky fiquei inconsolavel. Pensei que ele era insubstituivel, e era.
Mas eu precisava de uma companhia felina, precisava de voltar a ouvir ron-rons e ter alguma sombra marada a saltar pra cima de tudo a velocidade de anos-luz. E assim fui buscar a Kafka, com a ajuda da Cristina do SOS Bicharada do Barreiro , fui busca-la a casa de uns moldavos que iam retornar ao pais natal, e como teriam de pagar pela estadia da bichana, queriam desfazer-se dela. Assim peguei na menina, e trouxe-a para casa, onde agora e feliz e me faz feliz a mim tambem.
Continuo obviamente saudosa do meu Nicky, acho que nunca vou superar a perda do meu menino, mas agora tenho esta pirralha de olho amarelo para tomar conta, espero eu, ate ela ser muito muito velhinha.